sábado, 19 de março de 2011

Joshua Redman - Mood Swing



Depois de dois bons discos (a estréia com o quarteto, e “Wish” com Pat Metheny, Charlie Haden e Billy Higgins), Joshua Redman volta com seu quarteto neste “Moodswing”. O acompanham Brad Mehldau (piano), Christian Mc Bride (contrabaixo) e Brian Blade (bateria), que em breve decolarão todos para carreiras solistas prometedoras. Os 70 minutos de música apresentam algumas novidades sobre os dois álbuns precedentes: a primeira é que as onze faixas são originais de autoria do próprio Redman e a segunda é que o mesmo, além do sax tenor, utiliza o soprano. Redman obviamente tem maturado bastante desde os discos anteriores: isso é evidente no timbre reflexivo e aveludado do sax tenor em “Sweet Sorrow”, a faixa inicial, na bossa nova “Alone In The Morning”, no fraseado quase “free” de “Dialogue”, ocasiões em que o saxofonista mostra domínio em cada registro do instrumento, entre outras coisas, com uma voz bastante original, que não mostra influencias coltraneanas, tão comuns nos jovens saxofonistas.O som de Redman parece mais ter raízes nos tenores tradicionais (Gene Ammons, e até Ben Webster).
Onde aparece um pouco de “Trane” é quando Redman passa a utilizar o sax soprano, em “The Oneness Of Two (In Three)”. A banda, soberbamente, acompanha o líder com classe e refinamento: muito bonita a introdução com arco de Christian Mc Bride na faixa “Dialogue”, e no disco inteiro fenomenal a contribuição de Brad Mehldau, um verdadeiro gênio no piano. Notável também a performance de Brian Blade atrás dos tambores.
Um cd que se escuta com prazer e que prova que o jazz dos anos 90 tem deixado registros muito válidos.

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