sexta-feira, 3 de agosto de 2018

DR VERITAS ACOUSTIC GUITAR STRINGS REVIEW


Uma das vantagens da globalização e da internet é que hoje é possível ter praticamente tudo ao alcance de um click. Depois de descobrir o site americano Stringsbymail, que entrega no Brasil por um frete inferior a muitos sites nacionais não tive dúvidas: comprar cordas no Brasil nunca mais! Além de poder comprar as melhores marcas, pela metade ou menos do preço temos também a chance de experimentar e adotar cordas de marcas que aqui no Brasil não são facilmente encontradas. Assim, na jornada rumo à corda ideal, resolvi dar uma chance para as DR VERITAS.
DR é um fabricante de cordas americano conhecido aqui no Brasil principalmente pelas cordas para baixo, mas na verdade o catálogo desta marca possui propostas muito interessantes para violão e guitarra também.
O que me instigou bastante a comprar as VERITAS foi a declaração de que estas cordas duram até 4 vezes mais comparado com as outras marcas graças a uma tecnologia que melhora a qualidade do fio interno (wire) resultando em intonação mais precisa e maior duração. As VERITAS Extra Light (0.10 - 0.48) são cordas handmade, feitas de bronze fosforoso e não encapadas. O que mais chama a atenção de imediato é um sustain longo e um timbre cristalino. Parece que estas cordas projetam o som muito mais que as Martin Marquis, só para dar um exemplo. Realmente fiquei impressionado com a claridade delas, tanto no strumming como no fingerpicking. Apesar de serem cordas extra-leves, achei elas um pouco duras ao toque. Esse foi o único defeito que encontrei, mas temos que reconhecer que a dureza é característica comum em muitas cordas de bronze e bronze fosforoso construídas com núcleo em forma hexagonal.
No geral posso afirmar que, como timbre e sustain, as VERITAS são as melhores cordas que toquei até agora. No quesito duração elas também são excelentes: estão tocando há mais de 2 meses e ainda tem ótima clareza e brilho. Meu único cuidado é passar uma flanela depois de tocar. Quanto à afinação, elas mantém bem.
Paguei pouco mais de US$ 7,00 nessas cordas e mesmo com o frete, comprando vários sets, o custo sai bem mais em conta do que comprar cordas aqui no Brasil, sem contar a diferença de qualidade!
Enfim, as DR VERITAS são um excelente jogo de cordas com timbre, sustain e durabilidade superiores.
Recomendo!

TIMBRE: 9/10
SUSTAIN: 9/10
TOCABILIDADE: 6/10
DURABILIDADE: 8/10

(Pós post) Esse jogo de cordas durou 4 meses antes de perder brilho e volume. Troquei por um jogo da S.I.T. (011-050) que avaliarei em seguida.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

TUDO (OU QUASE) QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE CORDAS DE VIOLÃO DE AÇO


COMO ESCOLHER AS CORDAS PARA O VIOLÃO

Quanto o tipo de corda usada pode fazer a diferença no som do violão?
Quais são as características que precisamos considerar ao comprar um encordoamento? Com que frequência precisamos trocar as cordas?
Esse post irá responder essas perguntas.

Antes de começar gostaria de dizer que essas considerações são frutos de experiência pessoal. Portanto elas refletem minhas opiniões e não constituem verdades absolutas. Até porque no exterminado mercado de instrumentos e acessórios, no final das contas muito é questão de gosto pessoal.
Dito isso podemos afirmar que as cordas, assim como outros acessórios (palhetas por exemplo) contribuem ao resultado final, ou seja o som que iremos obter do instrumento. Lógico que o maior responsável pelo som do violão é a madeira utilizada e a construção (cutaway, dreadnought, etc.). É claro que um violão construído com tampo em madeira maciça (solid top) terá um som mais encorpado e com mais projeção que um em laminado, assim como cada tipo de madeira traz características peculiares ao som.
Mas vamos às cordas. Existem três elementos fundamentais que é preciso avaliar na escolha do encordoamento:

1- MATERIAL
2- CALIBRE
3- CONFORTO
4- CONSTRUÇÃO


MATERIAL: no mercado das cordas para violão de aço existem inúmeras opções para todos os gostos. As cordas em BRONZE (80/20) são as mais antigas no mercado e são perfeitas para quem deseja um som forte e brilhante. Normalmente violões que possuem som quente, como os dreadnoughts da Martin ou da Taylor combinam bem com esse tipo de corda. São compostas de 80% de bronze e 20% estanho e têm cor tendente ao amarelo.

As cordas PHOSPHOR BRONZE possuem um som mais quente e menos metálico que as de bronze. Foram introduzidas no mercado pela D'Addario em 1974, e, apesar de mais recentes se tornaram rapidamente as mais populares. Sua composição é 92% bronze, cerca de 8% estanho e uma pequena porcentagem de fósforo e a cor é avermelhada. O fósforo tem o poder de oferecer proteção contra os elementos e isto resulta nas cordas phosphor bronze terem uma duração maior comparado com as de bronze. Normalmente combinam com violões cujo som tende ao brilhante, como os Takamine por exemplos, ou em geral violões em laminado, ajudando a equilibrar o som que carece de corpo nas baixas frequências.
Existem também as cordas "Silk And Steel" cuja característica é um som mais suave e uma menor tensão que as torna mais fácil de tocar, especialmente para quem toca fingerpicking. Em volta do fio de aço elas possuem uma camada de filamentos de nylon que dá uma sensação muito mais suave ao tato e que age como uma espécie de almofada amortecendo o som. Estas cordas são as que desgastam mais rapidamente.
Outra características que as cordas (tanto bronze quanto phosphor bronze) podem possuir é o revestimento (coating). Trata-se de uma camada de material protetivo que prolonga a vida útil das cordas, em alguns casos até 3 vezes a normal duração. Muitos porém argumentam que este revestimento tira um pouco do brilho das cordas. No fim, é mais uma questão de preferência pessoal.

CALIBRE: O tamanho das cordas é outro fator importante:
Os encordoamentos se dividem (podendo ter mínimas variações) em:

Extra light: .010 .014 .023 .030 .039 .047
Custom light: .011 .015 .023 .032 .042 .052
Light: .012 .016 .025 .032 .042 .054
Medium: .013 .017 .026 .035 .045 .056
Heavy: .014 .018 .027 .039 .049 .059

Cordas grossas possuem mais material para vibrar e portanto tocam mais alto. Mas ao mesmo tempo elas exercem uma tensão maior sobre o braço do violão resultando em cordas duras para tocar. São mais apropriadas para quem faz acompanhamento (strumming) e não muito para quem por exemplo está acostumado com a guitarra e quer usar o violão para fazer solos com bends, etc.
Cordas de maior tamanho também são indicadas para quem toca fingerpicking.
Cordas muito finas têm menor projeção do som, mas ao mesmo tempo também menor tensão sobre o braço do violão, sendo mais confortáveis de se tocar. Algumas marcas fabricam até cordas .009 para violão, no caso dos guitarristas mais radicais que não querem renunciar aos bends e aos solos rápidos.
Para quem é iniciante, um bom compromisso são as cordas .010, podendo eventualmente passar para .011 caso se deseje maior volume no som. Ao trocar as cordas procure sempre colocar tamanho correspondente a das cordas velhas. Caso contrário você terá que regular o braço do violão através do truss rod (por exemplo ao passar de um encordoamento .010 para um .011).
É bom usar cordas não muito grossas também em violões antigos ou vintage cujo braços possam sofrer com uma tensão muito alta.

CONFORTO: O conforto (Playability) é algo extremamente subjetivo e que depende de vários fatores, entre os quais largura do braço, tamanho das cordas, tipo de música tocada, etc. Portanto é impossível dizer que uma corda é ideal para todas as situações e para todo tipo de violão. É preciso ir experimentando cordas de tamanho, marca e material diferente, até chegar na corda que mais se aproxima do "ideal".

CONSTRUÇÃO: O padrão para cordas para violão de aço presentes no mercado é HEXACORE, ou seja, o filamento do núcleo da corda tem forma hexagonal. Este tipo de corda geralmente tem uma tensão forte e resulta dura ao tato. Mas existe outro tipo de corda, que só algumas marcas produzem e chamada de ROUND CORE, onde o filamento do núcleo é arredondado, para ter 100% de contato do fio envoltório com o filamento do núcleo, proporcionando alta sustentação e um som mais vintage. Esse tipo de corda costuma apresentar tensão menor a paridade de calibre, portanto resulta mais macia de tocar, possibilitando bends com mais facilidade.
Exemplos de cordas ROUND CORE são as MARTIN FX FLEXIBLE CORE SILK AND PHOSPHOR e as DR SUNBEAMS. São aconselhadas para iniciantes ou para quem passa do violão com cordas de nylon para as de aço e para quem deseja cordas mais macias que não machucam os dedos.


COM QUE FREQUÊNCIA PRECISAMOS TROCAR AS CORDAS?
Aqui também a resposta é: DEPENDE. Se você toca muito e faz shows ao vivo é importante que suas cordas tenham sempre bom timbre e brilho. Portanto é recomendado trocá-las com mais frequência, digamos uma vez por mês ou até uma vez a cada 15 dias. Se você não toca tanto assim, as cordas podem durar até 2 ou mais meses. Alguns sinais de que as cordas estão "morrendo" são quando elas ficam pretas e os dedos também ficam marcados de pretos depois de tocar, o som que fica"surdo", sem brilho ou pior ainda, ferrugem (especialmente nas cordas de aço).
Alguns cuidados que podem prolongar a vida útil das cordas são: antes de tocar lavar sempre as mãos com sabão. Depois de tocar, limpar as cordas usando um pano (possIvelmente de microfibra) que não solte fiapos e aliviar a tensão nas tarraxas (desafinando o violão) o suficiente para podê-las levantar e passar o pano em volta delas da ponte até o nut corda por corda. Também é um bom hábito repor o violão no case, evitando que as cordas fiquem expostas ao ar e à poeira, etc. Fazendo isso se evita o acumulo de sujeira debaixo das cordas.
Existem também produtos específicos para limpeza de cordas como o GHS Fret, o XLR8 da Planet Waves, o Cleaner da Dunlop, etc. que dão resultados bons, mas é bom considerar que nenhum deles faz o milagre de trazer de volta à vida o som de uma corda enferrujada ou já morta.
Alguns usam produtos como o WD-40 ou outros óleos anti-corrosivos spray, passando um pouco em um pano e passando o pano nas cordas, cuidando para não deixar esse óleo entrar em contato na madeira do violão e da escala (sempre melhor não arriscar!) e isso ajuda também.
É óbvio que a melhor solução continua sendo a troca para um novo encordoamento.
Também um bom hábito é, ao trocar o encordoamento, fazer a limpeza da escala e dos trastes do violão. Existem vários vídeos no YouTube sobre como fazer isso.
Por enquanto é isso. Proximamente irei testando e avaliando marcas de cordas e postarei aqui minhas impressões.
Boa música à todos!